Estudo científico demonstrou que, durante a pandemia, exposição frequente às redes sociais aumenta em 75% as chances de sofrer com ansiedade.
Em meio às incertezas e mudanças produzidas pela pandemia da covid-19, ocorre também o que a Organização Mundial da Saúde está chamando de "infodemia"— uma espécie de "pandemia de informações". Os meios de comunicação, incluindo as redes sociais, estão dominados por conteúdos relacionado à atual crise de saúde.
Para investigar os impactos dessa exposição às redes sociais sobre a saúde mental da população, cientistas chineses analisaram os dados de 4.872 pessoas de 31 regiões da China, no final de Janeiro e início de Fevereiro de 2020. Os resultados demonstraram que aproximadamente metade dos participantes sofriam com ansiedade, depressão, ou uma combinação de ambos.
Além disso, os resultados também revelaram que 80% dos participantes afirmaram utilizar redes sociais com frequência — e essas pessoas apresentaram chances 75% maiores de sofrer com sintomas de ansiedade do que os participantes que utilizaram pouco as redes sociais. Esse resultado ocorreu independentemente de variáveis socioeconômicas, idade e gênero.
Esse é mais um estudo que demonstra os potenciais efeitos negativos da pandemia sobre a saúde mental da população. Os autores do estudo sugerem que o efeito dos meios de comunicação, incluindo as redes sociais, deve ser considerado como parte das políticas de saúde pública.
Estudo original:
Gao, J., Zheng, P., Jia, Y., Chen, H., Mao, Y., Chen, S., ... & Dai, J. (2020). Mental health problems and social media exposure during COVID-19 outbreak.Plos one,15(4), e0231924.
Artigo completo: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0231924
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